Vivemos em um momento em que as catástrofes ambientais e mudanças climáticas tornaram-se constantes e cada vez mais bruscas. Por um lado, pesquisas e organizações científicas falam sobre o aquecimento global, suas consequências e agravantes para os próximos anos, enquanto que autoridades governamentais de alguns países discordam de tais dados.
Por isso, é natural que a gente fique mais reflexivo sobre maneiras de ajudar e até melhorar as coisas, seja em nossa cidade, estado ou até mesmo outros países, ao mesmo tempo em que ficamos confusos sobre o que acreditar.
Para te ajudar, trouxemos neste artigo, 5 dicas de como enfrentar o aquecimento global, a partir do seu posicionamento. Vamos lá?
1 – Posicionar-se sobre o Aquecimento Global.
Esta é nossa principal dica: antes de mais nada, pesquise, reflita e siga aquilo que fizer mais sentido para você. Independente de serem os dados da comunidade científica, dos políticos, sua religião ou aquilo que lhe trouxer maior significado.
Contudo, se o seu posicionamento for de que faz sentido fazer algo e ajudar a combater o aquecimento global, fique aqui conosco. Acreditamos que as dicas abaixo, vão lhe entregar uma nova ideia ou, no mínimo, confirmar outras já existentes.
2 – Consumir tudo, com maior racionalidade e menor quantidade.
Já tivemos a oportunidade, em artigo de outra semana, de abordar o tema relativo ao consumo consciente, mas no contexto de produtos de limpeza em si. Já neste artigo, a pegada é a do meio ambiente, que veremos na sequência o seu desenrolar.
O aumento de consumo está claramente conectado a melhoria da qualidade de vida, seja em nossa casa ou ambiente empresarial. Portanto se o nosso posicionamento for contrário ao aumento do consumo, pode parecer que estaríamos diametralmente opostos ao desenvolvimento econômico, o que não é o caso!
O que defendemos aqui é o estudo por opções mais racionais de consumo, tanto em qualidade como em quantidade. Vamos citar um exemplo de nosso segmento, de materiais de limpeza.
O uso de fosfatos foi considerado, durante anos, algo inócuo ao meio ambiente, fosse em produtos de limpeza ou na agricultura.
No entanto esse fosfato foi parar no fundo dos rios e lagos e como bom fertilizante acabou por incentivar o crescimento de algas. Até aí tudo bem, mas algas usam oxigênio da água e já que elas foram estimuladas a crescer, passaram a concorrer com os peixes! O resultado foi morte de peixes e desequilíbrio do sistema.
Hoje existem regras para o uso do fosfato em produtos de limpeza, bem como para o uso na agricultura, visando eliminar esse problema.
Outro produto que vai servir de exemplo para nossa explanação é o formol, antes usado até em salões de beleza e produtos de limpeza como desinfetantes. Dai acabou-se por descobrir seu poder carcinogênico e hoje o seu uso está restrito.
Em resumo, o que consumimos hoje pode parecer benéfico, mas em um futuro breve ou longínquo, pode não ser assim.
3 – Aplicar ações mais sustentáveis no seu dia a dia.
Polêmicas existem em relação a novidades e temas mais atuais, como por exemplo, mas não se limitando a:
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Segunda feira sem carne
A ideia deste movimento é a de reduzir o impacto dos ruminantes no efeito estufa, especificamente as vacas. Existem estudos sérios que relacionam os gases metanos oriundos delas como importante causa do efeito estufa.
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Garrafas plásticas reutilizáveis Vs copos plásticos descartáveis
Aqui temos a questão do uso de copos plásticos contra a utilização dos copos reutilizáveis.
A tendência de se adotar o sistema reutilizável é grande, entretanto, existem estudos que são diferentes dessa opinião.
Como por exemplo, o estudo sobre o ciclo de vida do produto (ACV) e seu impacto. Que traz comparações entre os dois sistemas, abordando o volume de água consumida ao longo da vida do sistema descartável e também do reutilizável, desde sua fabricação até o fim da vida útil.
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Sacolinhas plásticas de supermercado
Aqui temos um tema já pacificado em países de primeiro mundo, a favor do uso de sacolas retornáveis, biodegradáveis ou então que estimule o uso de sacolas de papel.
Já foi realizada a introdução da lei regularizando o uso em algumas cidades. Mas algumas leis as vezes não “pegam”. No entanto essas já são muito úteis para gerar uma discussão e alertar para um tema sério como esse.
Outro tema muito próximo às sacolinhas, é a reciclagem de lixo. Tão ou mais importante seria colocar a economia circular para “rodar” efetivamente, ou seja, todo produto tem uma vida, do “berço ao túmulo”, mas depois pode muito bem retornar a “vida” novamente através da reciclagem.
Pensemos bem, muitas vezes achamos que não vale a pena sequer separar lixo reciclável do lixo orgânico, já que em nossa região pode não haver coleta seletiva.
Pois bem, que tal se a gente separar os lixos em nossas empresas e em nossas casas e levar o reciclável a pontos de coleta da iniciativa privada, pública ou a cooperativas?
Sim, podemos ter essa iniciativa e ela nos valerá de uma atitude assertiva e de orgulho aos nossos pares e filhos, mostrando através do exemplo que podemos fazer parte de algo maior.
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Uber, transporte público ou carona Vs carro próprio
Já esta questão, está relacionada ao consumo de combustível fóssil, certamente o maior vilão da geração do efeito estufa.
Esse consumo não é restrito ao uso particular, pois temos aviões, caminhões, usinas térmicas etc. Mas parte dele pode ser decidido por nós e parte dele pode ser influenciado pelo consumo consciente e através de escolhas políticas.
Ter um carro e poder usá-lo simboliza uma dose de sucesso e de poder, ao escolher quando fazer e o que fazer em nosso dia a dia. Claramente temos esse direito, quando a situação econômica conquistada por nós assim proporciona.
Ter o direito dessa escolha, principalmente na grande maioria das nossas cidades, que não tem um transporte público de qualidade e com um mínimo de conforto, é algo bem genuíno. Como tudo na nossa vida são escolhas, fica mais essa para decidirmos qual caminho trilhar em nosso dia a dia.
4 – Apoio político – Aqui temos a questão eleitoral no direcionamento dos políticos sobre o Aquecimento Global
Políticas relacionadas ao meio ambiente versus o desenvolvimento econômico são um ponto fundamental nessa prática do dia a dia.
Por um lado, o desmatamento é uma fonte importante de contribuição ao aquecimento. Por outro lado, temos a questão de geração de empregos e da geração de divisas ao país.
Em outra dimensão, temos a autonomia do país versus o respeito internacional em relação a nossa conduta ao meio ambiente. Práticas adotas pelo nosso país em favor do aumento da produtividade da agropecuária ao invés de ampliação de áreas de cultivo e extração são bem vistas pelo mercado internacional.
Com certeza mais uma vez temos escolhas pela frente. Não cabe nos eximir de culpas pelos políticos, pois o ato de alguma escolha por esse ou aquele candidato ou de nenhuma escolha já é uma opção realizada!
5 – Informar-se e apoiar medidas de pesquisa e estímulo a alternativas sustentáveis.
Existem muitos estudos e alternativas que já se demonstram viáveis ao uso de combustíveis fósseis. Esses combustíveis estão sendo muito usados e certamente terão alternativas até o seu iminente fim.
A energia eólica e solar são realidades que devem ser estimuladas e levadas em conta em nosso dia a dia sim.
Mais uma novidade, com promessa de ser muito viável, é a captura de “ar rarefeito”. Essa é a promessa da Direct Air Capture (DAC), uma tecnologia que envolve essencialmente a fotossíntese industrial, aproveitando o poder do sol para extrair carbono diretamente da atmosfera. Este carbono capturado pode então ser transformado em vários bens de consumo, abrangendo combustíveis, plásticos, agregados, concreto e tudo mais. Nos próximos 10 anos, a obtenção de carbono do ar provavelmente se tornará mais rentável do que o carbono proveniente do solo (petróleo).
Até 2030, a indústria de captura e utilização de carbono poderá atingir US $ 800 bilhões. E em 2050, esse número irá aumentar mais de 4 vezes para um mercado de US $ 4 trilhões, segundo a McKinsey.
Fontes:
https://projetocolabora.com.br/ods14/lei-das-sacolinhas-vai-impulsionar-plastico-nao-biodegradavel/
https://economia.ig.com.br/2017-10-19/consumidor-sacola-plastica.html
https://blogs.canalrural.uol.com.br/embrapasoja/2018/05/04/as-vacas-e-o-aquecimento-global/
https://www.ecycle.com.br/3475-copo-descartavel-impactos.html
https://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/reducao_de_impactos2/clima/mudancas_climaticas2/
https://www.ecycle.com.br/2235-fosfato-fosfatos
http://www2.mma.gov.br/port/conama/res/res05/res35905.pdf
https://en.wikipedia.org/wiki/Direct_air_capture
https://www.ecycle.com.br/3074-avaliacao-do-ciclo-de-vida-do-produto